No oeste de Santa Catarina é histórico o problema da ocupação das áreas de preservação permanente de forma irregular, principalmente por atividades como agricultura e pecuária, neste caso o acesso de animais aos cursos de água. O Projeto Mata Ciliar em parceria com a Casan desperta o interesse das famílias rurais em proteger as áreas de APP, através da disponibilidade do recurso financeiro aliado a educação ambiental.
No dia 30 de novembro de 2017, a CASAN (órgão financiador) e o Consórcio Iberê (órgão executor) assinaram convenio do programa de recuperação e preservação das matas ciliares nas bacias contíguas da região hidrográfica RH2 (Rios Chapecó e Irani) e áreas de contribuição dos mananciais utilizados pela empresa.
O Projeto Mata Ciliar CASAN 2018 está sendo executado nas propriedades dos municípios consorciados (São Carlos, Águas de Chapecó, Planalto Alegre, Guatambu, Caxambu do Sul, Chapecó e Cordilheira Alta) em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), Comitê de Bacias Chapecó/Irani, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Unidade Central de Educação Faem Faculdade (UCEFF), Universidade Comunitária Regional de Chapecó (UNOCHAPECO) e Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC).
O objetivo do projeto é criar condições técnicas e operacionais para que os beneficiários voluntários, pequeno agricultor, que possui propriedades com até dois módulos fiscais (40 hectares), possa recuperar e proteger as Áreas de Preservação Permanente (APPs) degradadas e conservar os recursos hídricos.
De forma planejada foram fornecidos materiais para a implantar as cercas isolando as áreas próximos aos riachos da presença de animais.
De dezembro de 2017 a março de 2018 foram executadas as etapas de: levantamento das propriedades beneficiadas, reuniões de sensibilização e capacitação dos beneficiários; visitas nas propriedades; diagnóstico com georreferenciamento das áreas; cálculo dos materiais necessários para construção das cercas, bem como o e assinatura da documentação necessária.
Entre os meses de abril e junho de 2018 foram licitados e entregues os materiais. Nesse período foram realizadas reuniões da equipe de coordenadores municipais, visitas técnicas de acompanhamento nas propriedades beneficiadas, seminário, prêmio MuniCiência, participação de entidades parceiras, palestras de orientação e capacitação, palestra de sensibilização de estudantes em educação ambiental, confecção de placas de identificação, registros fotográficos.
De junho a dezembro de 2018 foram construídas as cercas para isolamento de áreas de APP nas propriedades beneficiadas com acompanhamento técnico da equipe do Consórcio Iberê.
A partir de 2019 as propriedades beneficiadas serão acompanhadas e monitoradas para levantamento dos resultados alcançados.
O atual projeto beneficiou 69 propriedades permitindo o isolamento de 57,85 hectares através de construção de cercas.
A estratégia com a construção da cerca, isolando as áreas próximos aos riachos é deixar que naturalmente a vegetação se desenvolva e cumpra a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de flora e fauna, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
Ao longo dos últimos anos, através de projetos, o Consórcio Iberê conseguiu atender a 424 famílias, ajudando a isolar e recuperar 282 hectares de Áreas de Preservação Permanentes.
O resultado do trabalho é reforçado por depoimentos dos próprios beneficiários como aumento da qualidade e quantidade de água entre outros.
Fonte: Consórcio Iberê